Você pisca, o tempo voa, e já é hora de reaprender de novo
Tudo na vida tem um tempo, pra quase tudo na vida tem algum modelo e é sobre um desses modelos que vamos falar hoje.
Já dizia a Emília: “A vida é um pisca- pisca. (…) Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria filhos”. A gente pisca e o tempo voa. E, a cada piscada, tem um mundão de coisa pra aprender e reaprender. Isso vale pra vida, pro trabalho, e pra times. E tem modelo pra nos ajudar a perceber que tudo na vida tem um tempo, e é sobre um desses modelos que vamos falar hoje.
“Mãe, eu não sou bebê, eu sou criança”. Aquelas madrugas insones em que você rolava o feed do Instagram ou lia notícias variadas enquanto amamentava (com culpa, porque você devia estar olhando seu nenê lindo e com cheirinho de leite) ficaram pra trás- e o tempo, que às vezes você desejava que corresse, você nem percebeu que passou. Seu nenê não é mais nenê, e afirma isso com todas as letras, ênfases e pontuações necessárias: o tempo passa, quer você queira, quer não. Tudo na vida tem um tempo. Na sua vida, nos seus relacionamentos, na vida do seu produto ou do seu time: tudo na vida tem um tempo.
Tem uma teoria organizacional que pode ser usada para reforçar essa percepção de que “tudo na vida tem um tempo”: o Modelo de Tuckman. Ela se tornou popular por oferecer uma estrutura compreensível para entender o desenvolvimento de equipes ao longo do tempo - e faz sentido olhar pra relacionamentos, quaisquer que sejam eles, sobre a ótica proposta por esse modelo.
No modelo, cinco fases se sucedem:
Formação (Forming): É aquele momento em que você e seu bebê foram apresentados, mas vocês não sabem muito bem como as coisas devem funcionar: os membros da equipe estão se conhecendo, buscando direção e estabelecendo o propósito do grupo.
Confrontação (Storming): Tá o caos: a criança chora porque quer mamar, você chora porque seu peito tá rachado e você não aguenta mais amamentar. Surgem conflitos à medida que os membros começam a expressar suas opiniões e ideias, e as hierarquias são estabelecidas.
Normatização (Norming): Ai vc entende o jogo e combina as regras - tá tudo bem ter mamadeira no lugar do peito machucado, o bebê não pode ficar com fome e a mãe também precisa ficar bem; a equipe começa a resolver diferenças, desenvolver padrões e estabelecer normas de comportamento.
Desempenho (Performing): O bebê tá crescendo bem, você tá até dormindo um pouco mais; tudo parece perfeito; a equipe atinge seu máximo potencial, trabalhando de forma eficiente e colaborativa para alcançar os objetivos. E tudo continua assim por um tempo, até que as coisas mudam.
Finalização (Adjourning): Uma virose, um salto de crescimento, um bebê que não é mais bebê: algo muda, a criança cresce e aprende novas habilidades e fim, aquela fase em que vocês performavam bem está passando e é hora de aprender tudo de novo e se reorganizar: esta fase ocorre quando a tarefa é concluída e a equipe se dissolve. Os membros podem experimentar sentimentos de perda ou realização, dependendo do sucesso do projeto.
Tudo recomeça na próxima fase (e você voltou pra fase de formação).
Assim como os ciclos descritos no Modelo de Tuckman, nossas vidas, relacionamentos e nossas equipes passam por estágios distintos, cada um com seu propósito e desafios únicos. Que possamos abraçar essas transições, reconhecendo que tudo na vida tem o seu tempo. Que possamos aprender, crescer e nos adaptar a cada fase, sabendo que o recomeço faz parte do ciclo da vida. Tudo na vida tem um tempo. Ele é cíclico. E cada piscada é uma oportunidade para reaprender. Bom dia e até breve :)